Este é um poema noturno
Feito numa dessas noites longas que se prolongam pela vida inteira
Versos que vagam pelas horas... Pelas buscas... Pelo silêncio da madurgada
Um poema para dentro de Sônia
Para além daquilo que ela consegue enxergar em si...
In Sônia é possível ver preciosidades que estão seguras na escuridão
Naufragadas pelas tempestades humanas
No passeio bucólico pelas lembranças de uma vida suspensa
Do lado, com o olhar atento, o cão guarda amorosamente a prisioneira do medo
Unica companhia segura e fiel em tempos de reclusão
A luz solitária do computador projeta sobre a face a feição agridoce de viver virtualmente
Uma vez que viver no real tornou-se arriscado demais
Embora a máquina não consiga computar a dor que a solidão impõe aos que não conseguem descansar
Viver "In Sônia" é adentrar na essência mais delicada de uma alma que se aprisionou fora do sono
E vaga acordada sem retornar ao corpo
Estar In Sônia é como conseguir ver a flor vivendo noturnamente
Solitária flor da noite que percorre a fantasia sem sair do seu jardim
E contemplar os segredos que aparecem quando a lua está mais elevada
Dormir é perigoso... As horas que passamos entregues ao inconsciente podem trazer danos irreversíveis
Sempre pensei que Sônia fosse um nome derivado dos sonhos
Mas agora sei que Sônia possui um significado perfeito
Percebi que um nome escolhe a quem deseja reinar
In Sônia não vem da impossibilidade de dormir mas de acordar...
Uma insone condição que mantém Sônia out...
Fora do que sonha ou sonhou um dia quando se permitia
A madura menina de brilho no olhar abafado nao entende que o tempo só passou fora dela...
Out Sônia...
Soturna busca pelo nada que nos coloca cada vez mais fundo, escondido...
Para encontrar tesouros é preciso ir nas profundezas
Mergulhados em despojamento e verdade
Assim megulho nas noites de In Sônia...
Companheiros pelas horas... Pelas palavras... Pela nostalgia... Pela procura...
E vou para dentro, para o profundo, com a lanterna da amizade na mão
Até encontrar a chave que abre o baú dos sonhos mais valiosos de Sônia
Imagino que lá esteja a flor rara que ela prendeu
Nos privando de ser contaminados com a sua beleza fundamental
Sempre In... Para que despertando esses tesouros adormecidos
E ela possa retornar à superfície
Aparecida para si e para fora
Out Sônia!
Partindo do oceano do medo, deitada leve sobre um barquinho seguro
Enquanto a noite vai e a sua alma tranquila consegue novamente dormir .
Poema feito para Sônia, uma amiga especial, à moda antiga, compatível ao DNA da minha alma. A flor rara que está trancafiada dentro de um baú no oceano do medo... Mas que precisa ser resgatada para que todos a sua volta se favoreçam da beleza que se esconde dentro de poucos homens.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
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Que poema mais lindo e intenso!
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