terça-feira, 29 de setembro de 2015

RETROCESSO FAMILIAR

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Se faz necessário inventar novas palavras
Novos contextos
Novos sentidos
Novas instituições
As velhas coisas já não nos representam
E ainda existem aqueles conservadores
Que brigam pela posse de conceitos falidos...
"FAMÍLIA", por exemplo...
Não entendo tamanha briga por uma convenção tão sem sentido
Essa barbárie toda sim, é FAMILIAR
Esse retrocesso é FAMILIAR
Ancestral e inútil
Quando algo que é de domínio público
Precisa do respaldo de leis para usufruto
É chegado o tempo de lutar por outras liberdades
Procurar outros contextos, sentidos, instituições que nos deixem ser de verdade...
Que todos os que compartilham de sentimentos, cotidiano, responsabilidades e sensação de pertencimento possam escolher uma nova palavra que melhor represente o seu lar...
Criemos neologismos
Inventemos termos libertadores
Eu já escolhi o meu...
Hoje lá em casa somos todos parte de um mesmo AVIDAR
Porque deixamos a VIDA ser livre
Da mesma forma plena e sem limites que o AR
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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

OLHOS SANGRENTOS

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Quando a lua sangra aos nossos olhos
Sentimos a poesia jorrar um vermelho suave
Essa lua é mesmo a sombra da terra
Mas como projeção de naturezas perdidas
Que esqueceram o que é a humanidade...
Não é a lua que sangra aos nossos olhos
São os nossos olhos que sangrando enxergam a lua
É o sublime causando hemorragias em nossas almas. 

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sexta-feira, 31 de julho de 2015

AFETO

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Há feto dentro de cada GESTO...

Em cada TOQUE SINCERO afloram duas novas VIDAS

Afeto é PÁSSARO LIVRE que pousa próximo...

É borboleta pousando na altura do PEITO

O VENTRE deve ter essência de afeto

Cheiro adocicado de importância

Afeta-me cada bom gesto

Afinal, todo ventre é cultivado com CARÍCIAS

E em todas FASE há trocas... De PELE, de ALMA...

Afeto é TETO, chão e ao mesmo tempo UNIVERSO

É ficar debaixo da MESA em dias de CHUVA

E saltar da mesa para alcançar ESTRELAS

Afeto é LUZ REFLETIDA na cortina dos olhos

E balão que solto atravessa o tempo e as QUATRO ESTAÇÕES

São os quatro elementos TOCANDO uns aos outros numa  DANÇA

Vai além da NATUREZA das coisas naturais

Não é destino... É o único caminho

É onde não se pode ser UM, se não souber como é SER todos os outros

Afeto é o que diferencia as LARVAS das BORBOLETAS
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domingo, 28 de junho de 2015

EXPATRIADA ( FICÇÃO INSPIRADA NA CRUEL REALIDADE)

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AMARRADA NUM ESPELHO. ELA TEM O SEXO EXPOSTO.

 - Não adianta cavar meu corpo com essa tua navalha... O que você está tentando matar em mim sempre renascerá!


GRITOS


- O  aço que entra na minha carne não é diferente das palavras que já ouvi todos esses anos, vindas dos meus pais, irmãos, amigos, desconhecidos... Corta de mim o pedaço que quiseres, até aquele que acredita ser a fonte do meu prazer... Seja para dar ou recebê-lo. Faz o que tem que fazer, o sangue que jorra em mim deixará a multidão saciada. Essa violência não começou em tuas mãos, mas talvez ajude a acalmar os leões da intolerância que estão sedentos. Corta aquilo que te incomoda, mas saiba que tudo o que não nasceu comigo, é o que mais me deixa parecida com aquela que nasci para ser.


CHORO PRESO. RISOS NERVOSOS.


- Ainda que me despedace por inteira, que violente essa aparência que te incomoda o coração... Não caberei dentro das suas limitações. Saiba que eu não estou sozinha no mundo, eu estou dentro de tantos outros. E esses outros estão por toda parte, inclusive nos filhos que ainda irão nascer. Quem sabe eu esteja até dentro de você. É a única explicação que vejo para tentar matar o que há em mim... Somente me desfigurando você pode acalmar o pulsar do que há aí dentro, o que habita no seu mais íntimo desejo e que precisa sair, viver, ser livre!


BARULHO DE TAPA



- Se quer que me cale, corta logo a minha língua. De outra forma continuarei falando, até que a morte chegue. Será que você não percebe que não sou eu que te causo essa angústia? Os teus olhos é que foram ensinados a ver um mundo pequeno, cheio de limites, pudores e crenças inúteis!

PAUSA

- Não é eliminando a mim que resolverá os teus problemas, mas eficaz seria arrancar os teus olhos. Assim não haveria mais confusão na tua cabeça ao me olhar... Ao me ver tentando existir.


BARULHO DE AGRESSÃO


- Não te condeno por achar que ferir é a melhor forma de aprisionar. Sei que esses tapas e chutes não são seus, são dos seus pais e dos pais dos seus pais... Espera, pensando bem,  talvez você até esteja fazendo um favor para mim, ao cavar fundo o meu corpo com a tua lâmina. Talvez eu esteja errada e você encontre algo dentro de mim que eu pensei não poder ser encontrado... Tocado por ninguém. Se encontrar a minha alma, por favor, ao menos dela tenta piedade. Já que meu corpo você não tolera. Pega essa alma que foi colocada nessa carcaça que não pertencia a ela e leva para colocar num corpo no qual ela se sinta em casa.

SILÊNCIO

- Eu sempre me senti expatriada, invasora, intrusa de mim mesma. Logo eu que sempre acreditei na justiça, senti diariamente, a sensação cruel de ser uma infratora. Ainda que eu tenha nascido nesse corpo, eu sinto como se  tivesse roubado de alguém.


SILÊNCIO


- Se as pessoas fossem como o espelho, eu sei que seria menos doloroso para mim ter nascido dessa forma. O espelho parece entender os meus esforços para ser generosa com essa aparência que não me pertence.

CHORA

- Não estou chorando por causa da sua violência... Mas por causa da que a vida impôs a mim. Eu pensei que teria tempo de descobrir onde está o corpo que deveria ter sido destinado a mim. Eu sei que ele deve estar por aí, preso a outra alma que também se sente estrangeira.

CANTAROLA UMA MÚSICA

- Ainda bem os corpos são generosos e não nos rejeitam... Eu sei que eu estou violentando uma propriedade que não é minha, mas é minha, mas não deveria ser minha, a minha pode estar em outro!


GRITO DE FÚRIA!

  É irônico isso... Ninguém percebe que a violência que nos impomos já é castigo suficiente. Os corpos fora de nós, ainda assim, nos abominam e querem mutilar.


PAUSA


SILÊNCIO


- Você acredita em carma, essas coisas espirituais? Eu também não, mas às vezes eu penso que esse tipo de prisão deve ter sido dada a homens e mulheres que não souberam tolerar a diferença do outro e para aprender a verdade sobre tudo isso, recebem essa punição em outras vidas.


PAUSA LONGA

- Eu entendi... Chegou a hora.

SOM DE NAVALHA CORTANDO A CARNE

- Faça o que sua natureza precisa fazer... O que eu fiz foi justamente a mesma coisa. Eu estava querendo apenas encontrar a minha liberdade. Eu tinha feito um acordo com o meu corpo emprestado, e estava começando a sentir felicidade... Imagino que seguindo a sua natureza e me eliminado você também está sendo sincero com a sua incapacidade de me aceitar. Eu só espero que quando souberem o que aconteceu comigo e com você, as pessoas se coloquem em nossos lugares... Espero que elas percebam que não é o meu corpo ou o seu que importa... Mas aquilo que nascemos para ser, e isso diz respeito a alma e essa ou navalha nenhuma alcançará. Quem sabe um dia, os teus olhos e os de tantas outras pessoas consigam ver almas e não o sexo que herdamos sem direito de escolha.


GRITO DE DOR PROFUNDA


- Não adianta cavar meu corpo com essa tua navalha... O que você está tentando matar em mim sempre renascerá! Se eu estiver certa em minha teoria sobre o carma, você um dia me entenderá...

SILÊNCIO PERTURBADOR


                                               FIM

....................................................................................................................................................................


ESSE É UM TEXTO FEITO COM O SIMPLES PROPÓSITO DE FAZER REFLETIR SOBRE O OLHAR. ENQUANTO A INTOLERÂNCIA À DIVERSIDADE PERMANECER VIVA, MUITOS CONTINUARÃO MORRENDO.


                                                            DIGA NÃO A HOMOFOBIA!





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terça-feira, 12 de maio de 2015

DESABASTECIMENTO

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Andamos desabastecidos
De tantas coisas necessárias
Coisas vitais que sentimos falta quando não as temos mais...
Andamos desabastecidos...
De sonhos impossíveis
De medos necessários
De desejos incuráveis
De ouvidos sinceros
De amores compreensíveis...
Na verdade estamos desabastecidos de amor e ponto exclamação
E nós que somos seres feitos de acúmulos
Provenientes de armazenamentos diários
Não nos damos conta dos vazamentos que possuímos
Esses que deixam fugir tudo o que pensamos guardar
Só perceberemos o desabastecimento em nós
Quando o reservatório da alma precisarmos solicitar
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sábado, 18 de abril de 2015

O POETA SOPROU NO MEU OUVIDO

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De súbito, como quem relembra velhos textos antigos... Decorados exaustivamente...
Ou melhor... Como quem reencontra bons textos inesquecíveis
Acomodados carinhosamente no fundo da memória... Ou na gaveta da alma...

A lembrança do poeta retornou ao coração
Eu que nunca fui afeito a datas importantes
Recordei, quase sem querer,  o dia do nascimento de um amigo querido...
O poeta Manuel Bandeira
Talvez, tenha sido apenas uma coincidência tola
Mas eu prefiro acreditar que ele me soprou ao ouvido o lembrete...
Faz alguns anos nos conhecemos
E desde lá, vez por outra, nos reencontramos de alguma forma
Foi ele quem me ensinou o segredo de uma poesia livre
Ao tempo que também me fez entender como usar com amor a escrita de outros
Ainda trago em mim o retrato da sua vida inteira
Que foi parte importante no início da minha caminhada junto ao invisível
O ponto de partida do início para a minha existência melhor
Foi no corredor, com  sua mala na mão que se despediu de mim...

Veio para trazer a sua poesia "menor"...
-"Menor"? Tão modesto esse meu amigo... A maior de todas!
Ele me mostrou que o caminho é longo e cheio de enganos
Que às vezes o que parece uma sentença irremediável...
E que surge como o prenúncio de uma morte prematura...
Pode se transformar no mais importante motivo que temos para viver
Logo o meu bom amigo retornou para Pasárgada
O seu reinado mais que perfeito...
Antes de partir prometeu hospedagem por lá...
E eu, claro, em breve irei visitá-lo
Eu não poderia deixar de escrever algo em sua homenagem nessa data, meu amigo...
Sei que você soprou no meu ouvido
A lembrança do dia que chegou na terra para fazer "rebuliço"

E eu, grato que sou, nunca poderia esquecer de você
___________________________________________________________
Escrevo esse texto em homenagem ao inesquecível MANUEL BANDEIRA. A primeira peça que fiz foi sobre ele e pude experimentar o seu universo como se fosse meu. Por isso, o sinto como um bom amigo, que fez uma viagem e logo regressará.

Nascimento: 19 de abril de 1886, Recife, Pernambuco, Brasil






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