domingo, 19 de abril de 2020

REMETENTE E DESTINATÁRIO: EU

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Escreva para você mesma
Talvez você receba uma correspondência de volta
Uma carta com as respostas que precisa...
Talvez você até já saiba as respostas que daria a si
A questão é se você se dará ouvidos...
Seja amante de si mesma
Flerte consigo
Desabafe com a sua destinatária mais íntima
E ela ao ansiar por esse encontro com você...
 Sua remetente profundamente conhecida
Te dará os melhores conselhos
Os mais amorosos que se pode esperar de uma amiga querida
Mas de nada adiantará guardar os aconselhamentos no seu baú dos esquecimentos
Ou das pendências a serem resolvidas depois
Se for esse o destino das palavras que foram enviadas a você por você mesma
Melhor rasgá-las ou queimá-las sem nem mesmo abri-las
Se não tem coragem suficiente para se manter firme diante das verdades
que ouvir de você
E se não tiver a coragem suficiente para se fazer jornada
Tornar-se Estrangeira de si mesma
Deixando para trás as atitudes acumuladas na gaveta
Pessoas e pesos da Alma que no fundo são a mesma coisa
Então, nem levante a caneta
Pois, de nada servirá pedir ajuda a uma amiga
Se você é afeita a procrastinações
Mostre que você quer mudar as coisas
Comece agora mesmo compartilhando com você mesma as suas mais cruas emoções
Vai... Pega o papel e escreva:
- Querida Eu... Preciso que me ajude... Eu não quero mais viver em estado de tristeza!

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sábado, 18 de abril de 2020

OURO

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OURO

Aproveite a eternidade desses dias de isolamento
Para transformar o seu lamento em poesia
Para dançar sem pressa abraçado com a solidão
Escutar essa companheira sempre presente
E a quem pouco você dá atenção
Explore as horas que parecem infinitas
Para pensar nas suas finitudes
E se questionar: já fiz tudo que poderia fazer?
Se a reposta for não... Começar a transformar esperas em atitudes
Não some as horas, multiplique as possibilidades
Use mais o coração
Guarde num canto sua racionalidade
Desconecte o seu ego
Para se conectar com a sua humanidade
Tateie as paredes do seu lar
E entenda que não são prisões
Não é onde você habita que te prende
É o que habita em você que pode retirar suas liberdades
Aproveite o que parece ausente, isolado e duradouro
Seja Midas em seu mito
Toque cada momento desse tempo de reclusão com ternura
E tudo se transformará em ouro

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sexta-feira, 17 de abril de 2020

O ESPAÇO ENTRE ou ALFORRIADO

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Muitos passarão a vida sem viver o que nasceram para viver... E muitos ao lado deles não saberão quem de fato eles são
Muitos só verão uma ilusão
Um representação de nós mesmos
Feita para não contrariar expectativas
Mas de que vale viver uma vida
Que não é de fato real?
Se para cada um você revela uma parte...
Onde estará o seu todo?
Será que estaria morto?
Ou estaria vivo gritando no calabouço que você criou para ocultá-lo?
A vida não tem intervalos
O ato é único e precisa ser virtuoso
Se tem medo de causar desgostos
Desgostosa será a existência que terá que tragar
Em tempos onde as máscaras podem salvar vidas
Retirar máscaras de medo também significa salvação
O invisível deixa ainda mais incerto o tempo restante
Pode demorar anos
Ou o fim chegar nos próximos instantes
Então, até quando ficará preso sem visitas nesse espaço ENTRE das coisas?
Em "isola-mente", uma reclusão não somente do corpo, mas da mente, da essência, da natureza?
Uma pandemia só torna tudo mais urgente
Os diferentes sempre estiveram em isolamento
Invisíveis e presos  à falta de entendimento
Escravizados por uma pobreza cultural
O vírus da desaprovação social, esse nos entra no sangue antes do nascimento
E também é letal...
Quando lançado ao vento
Tira a liberdade
Escraviza o espírito
Silencia os sentimentos
Nos faz forjar afetos convenientes
Personagens e "falsos" relacionamentos
Os sintomas latejam no olhos
Marejantes de descontentamento
Somente você pode despertar sua imunidade
Beber uma dose da boa loucura
Não se importar com as inevitáveis perplexidades
Uma injeção caprichada de coragem nas veias...
Pode curar tudo aquilo que a falsa normalidade camufla
O melhor antídoto será sempre a verdade
A honestidade de se mostrar sem receio
Dançar desnudado sempre será julgado como devaneio
Então, apenas dance
Beije o oposto com ternura
Faça amor com iguais
Viva, seja, exista por inteiro
Não seja refém de equivocadas regras morais
Não se castre deixando morrer o seu eu verdadeiro
Quebre a imagem criada para transitar lá fora...
Vença o medo que te prende no espelho
A hora certa será sempre o agora
Escancare os armários
Quebre os rosários
Viva sem censura os seus desejos
Explore o território entre o belo e o feio
A delicia de não ser certo, nem errado
Homem ou mulher
Branco ou preto
Crie sua existência nesse espaço a que foi empurrado...
Grite: "alforriado"!
E fixe uma bandeira de FELICIDADE
Habitando com poder, o espaço do MEIO.

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quinta-feira, 16 de abril de 2020

INdeFINITA

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"INdeFINITA " 
De toda poesia não vivida, não sentida, de toda poesia negada... Uma dor na alma  e uma ferida da vida deixam de ser curadas... Todos temos poesia trancafiada no espírito... Espreitando a existência pela retina, como um prisioneiro na janela que anseia por liberdade. 
A poesia mais essencial habita em nossos lugares nunca antes navegados... Algumas perdidas, outras encontradas... Muitas seguirão presas em sentimentos silenciados, recalcadas. 
Há quem nunca vai tocá-las com o respeito devido, se permitir sentir o som doce da sua voz, por isso, nunca terá sarada a doença maior desses "tempos sem sol": a desumanidade. 
Quem nunca transbordou poesia não sabe o que é ter uma aura amaciada, leve, transfigurada... A poesia é mão a acalentar o medo durante as tempestades... É irmã mais próxima da verdade, é o infinito ao alcance dos olhos... Poesia é verso e reverso...
É a possibilidade de salvar cada um de nós, órfãos nessa terra do desamor, do desafeto... Reafirmo que poesia é teto, é chão e "uni-versos"... Ela une os versos que estão soltos no tempo e no espaço, criando laços, amplificando gritos. 

Ela nos captura de uma caminhada sem rumo e nos torna visíveis... Dá sentido ao indizível e nos torna compartilháveis... A poesia nos faz acessíveis a outros corpos... É a forma menos violenta de adentrar num outro ser... A poesia faz florescer as partes de nós onde antes só havia desertos. (Ewertton Nunes)  Visite meu blog: www.osaltimbancosonhador.blogspot.com  #poesia #poeta @eduatopsi @poesiaacustica_oficial
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terça-feira, 7 de abril de 2020

Como cães em frente ao ESPELHO

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O que você vê em mim é espelho
E não adianta lançar sobre mim os seus olhos vermelho de acusação
As pedras que carrega nas mãos
Pode guardar no baú de sua hipocrisia
Não adianta fingir que tem alma fria
Pois, sei do calor infernal onde queimam seus pensamentos
Não jogue seus gritos ao vento
Eles retornarão para levar o véu da sua falsa moral
O que faz longe dos olhos alheios
Tem mais peso que as aparências
No fundo temos a consciência
De que nada do que fazemos por nossos desejos é ilegal
Tudo é apenas humano
Mesmo o que está debaixo do pano
Se pensa que não sei as verdades
Eu te digo: "ledo engano"
Você me vê a partir da sua imagem
Não vai admitir
São sempre incômodas as verdades
Como são devastadoras as mentiras
E quem nunca mentiu?
Quem nunca preferiu negar?
Não precisa balançar a cabeça
Pode ser que um dia você simplesmente nos esqueça
Você precisa alimentar a sua vaidade
Dar vazão à sua carnal necessidade
O que nos falta nessa relação é sinceridade
Para admitir o real problema dos nossos conflitos
A sua desconfiança é apenas um alerta
De que existem muitas questões encobertas
Falemos com maturidade sobre esses estranhamentos
Somos dois homens em lados opostos do espelho
Como cães ladrando ao ver o próprio reflexo
Nada deveria nos deixar perplexos
Se tudo o que habita em você
Um dia já morou...
Ou vai morar em mim!



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VAMOS CONVERSAR?

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Oi... Desculpa...
Vamos conversar?
Eu estive ausente, eu sei...
É que eu achava que não tinha tempo
Que desculpa mais covarde essa, não?
Agora o tempo me tem nas mãos e eu não sei lidar com isso...
Eu entendo que não consiga me olhar nos olhos
Por muitas vezes eu também não quis te ver por dentro
Inventei pretextos para estar longe de você...
Você deve estar se perguntando a razão de falarmos sobre isso agora
Mas é porque agora não tenho mais fugas
E vamos ter que conviver frente à frente
Por mais que tenhamos passado anos juntos
A sensação que tenho é de que não temos intimidade suficiente
Acho que olhar para você revela o quando eu não sei por onde andei esse tempo todo...
Foi mal... na verdade, eu fui mal!
Mesmo sem ter a intenção
Eu te joguei dentro de um armário
Junto com tudo o que era necessário é essencial
E agora preciso reabrir gavetas, colocar verdades sobre a mesa...
E enfrentar cara a cara você...
Desculpa se nos perdemos...
Eu te perdi... Eu me perdi...
Mas é hora de me reaproximar de você... De mim...
Hoje só temos um ao outro...
Posso te abraçar?
É muito bom estar de volta! (Ewertton Nunes)
----------------
Poema feito na quarentena, pensando no reencontro que estamos sendo impulsionados a fazer com nós mesmos.
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