segunda-feira, 15 de julho de 2013

A ENCANTADORA DE BORBOLETAS E A PEDRA DA LIBERDADE (CONTO)

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Eu continuava a peregrinação pela praia branca... Tão logo a torre de Kathazrina, a Arquiteta dos Sonhos, tornou-se um ponto indefinido no horizonte... Nuvens acinzentadas começaram a se formar no céu. E surgia um confronto entre elas que fazia reverberar estrondosos ruídos, quase ensurdecedores. Foi o primeiro dia de chuva que vi na cidade dos sonhos. E foi a primeira vez que senti medo  fora do mundo de gente. Sabia que estava numa dimensão paralela, na camada fina entre o sonho e o pesadelo, mas isso não impedia os sentimentos ruins de palpitarem em meu peito.

Eu estava sozinho naquela imensidão alva, tendo apenas como companheiras as minhas duas pedras: a Àgatha e o "Coração de Paloma". Eu sei que na dimensão do sonho quase nunca chove, o transbordamento do céu por lá se dá por algum excesso... Geralmente as nuvens desabam quando há uma alegria insustentável. Mas eu sabia a chuva acinzentada que caía não era uma projeção de sentimentos leves. Na Cidade dos Sonhos, a chuva tem a cor da energia emanada do coração dos seus habitantes, porém, naquele dia a chuva não era pigmentada com cores que ainda nem possuem nomes.

As gotículas tocavam de forma dura o meu pequeno corpo. Não tinha a mesma textura da  mão aveludada de uma mãe. O temporal deveria ser reflexo de alguma desordem que ainda desconhecia, mas o que pode um menino-gente entender sobre o tempo? Para mim era tudo novo, inclusive, andar beirando o mar enquanto uma tempestade opaca me cutuca a pele. Como quem quer avisar algo importante... Como um prenúncio de transformações. 
Eu gritava, tentando falar mais alto que o vento forte:
- O que quer me dizer? Eu não entendo!- Mas em vão... Quando ventos fortes lançam o seu desabafo, certamente a destruição é inevitável. Assim como uma pessoa silenciosa que solta o grito acumulado... O extravasar das coisas que sempre evitou dizer para não ferir os que ama.

E quanto mais alto eu projetava a voz, menos a escutava. Na mesma velocidade a chuva ficava cada vez mais intensa., mais agressiva à medida que o meu coração alimentava o temor. O mar começou a avançar rapidamente sobre a areia. Não havia lugar alto que pudesse buscar. Em pouco tempo estaria cercado de água por todos os lados. Esse era o único pensamento que me vinha à cabeça. Eu não sabia se a morte era uma realidade naquela dimensão, e mais uma vez a dúvida piorava as reações do tempo.

Eu desacreditava que conseguiria reunir todas as pedras que precisava para construir uma morada na cidade dos sonhos e permanecer por lá. Estava entrando em crise... Uma sensação que não era nova para mim, mas que ali voltada com aspectos inaugurais. 

Eu sabia que a minha permanência no meu lugar ideal dependeria da capacidade de domar todo o mal que surge quando a gente vai crescendo. Precisava encontrar um paz imediata se quisesse conquistar a minha eternidade ali... Então, fechei os olhos... Direcionei o pensamento para o centro do meu corpo... A água já passava da cintura e era difícil esquecer que em pouco tempo  estaria submerso. Mesmo assim, pensei em uma coisa boa... Entendia que toda vez que a gente olha mais o mal que existe do que o bem que possa brotar, a gente atrai pesadelos. Era assim quando minha mãe me colocava na cama e eu tinha medo das sombras que se projetavam na parede.

Com os olhos fechados e os braços erguidos para ampliar o tamanho do meu pequeno ser, voltei ao silêncio que me reconstrói sempre.  Eu aprendi a habilidade de não ouvir os gritos quando eles me atormentam. A permanência na cidade dos sonhos dependia somente de mim... Eu precisava confiar... E como quem dá ouvidos a uma intuição que emerge do invisível, lancei o "Coração de Paloma" para o alto. 

Antes que a água me envolvesse por inteiro, "O coração de Paloma", se transformou numa grande pomba branca de olhos esverdeados. A pomba que pairava sobre as águas, fitou-me no olhos e como quem sugasse a súbita confiança que construí, voou veloz para cima, desaparecendo nas nuvens que ainda se digladiavam no céu.

Eu que não tinha aprendido a nadar contra águas pesadas, estava sem forças. A imensidão branca daquele mar de nata me encobriu e eu tentava furar a camada fina que o envolvia sem êxito. Aquela sensação que se tem quando estamos dentro de um pesadelo me fazia respirar com sufoco. Não havia mais visibilidade ... Em volta de mim algo nadava... Então encontrei alguma força para me afastar dali. Mas antes que conseguisse dar cinco braçadas, senti uma ferroada nas costas. O meu corpo ficou totalmente paralisado, apenas meus olhos e o meu pensamento pareciam ter movimento. Vi um escorpião se prostrar na minha frente. Mas não era o mesmo que eu encontrei na caverna, apesar de todas as semelhanças. Esse tinha um vermelho mais brando, parecia mais jovem... Apesar de ser outro, havia nele muito do primeiro.  O outro me picou a cabeça para paralisar o meu pensar e me transportou até aqui. Aquele me picou com um toque mais inusitado... Quis paralisar o meu corpo para conduzir-me a algum lugar que ainda não conheço... Eu estava atento a todos os seus movimentos... Na cabeça eu conseguia compreender as intenções ocultas nele. De alguma forma eu sentia que o mal que ele viesse a me fazer seria por causa da sua natureza... Em mim havia uma sabedoria ancestral que de certa forma me protegia. 

Era como se ele quisesse mais o meu corpo do que a minha alma... E olhando-me fixamente,  avançava em minha direção com seus olhos devoradores. Antes que chegasse em mim, olhei para cima e vi quando a pomba branca pousou sobre a camada de nata que encobria o mar branco. Perfurou-a com seu bico... As nuvens voltaram a harmonia e se abriram para um panapaná de borboletas gigantes, de colorido revelador. Elas vinham como que guiadas por uma figura feminina que cavalgava a maior de todas as borboletas. Era uma mulher grande, que a cada ângulo se apresentava ainda maior... Algo nela ampliava tudo. Talvez, fosse alguma coisa por dentro, uma natureza ainda não revelada.  Os cabelos tinham o brilho do sol e faziam refletir o seu corpo alvo. Ela trazia no corpo tatuagens vivas. Não estavam enraizadas na pele, elas eram além da forma, eram movimento e sentido.

- Siproeta Stelenes! - Disse com uma voz de quem sabe governar seres encantados.

Ao seu comando Fui puxado por uma espécie de borboleta com colorido verde. Apesar do tamanho incomum, eu sabia que se tratava de um filhote de borboleta. As crias em qualquer espécie  possuem um bater de asas tímido e estão sempre mais abertas a se arriscarem no desconhecido. As outras borboletas uniram as asas e compuseram uma espécie de grande casulo sobre aquele mar branco... Colocaram-me dentro dele... Elas emanavam um cheiro único, algo familiar que eu não conseguia lembrar...

Não demorou muito, a figura feminina, montada em sua grande borboleta azul pousou em minha frente. Sentia um deslumbramento quase assombrado com aquela imagem. Um espanto bom que ela desfez com o seu primeiro gesto:  um sinal para as borboletas. E como quem atende o pedido de uma grande amiga, vieram secar e aquecer o meu corpo com o bater das suas asas. Em poucos segundos não havia mais nada úmido em mim, exceto os meus questionamentos.

- Assim é melhor. Nessa dimensão, entre o sonho e o pesadelo, as mazelas dos homens conseguem penetrar facilmente... Você não estar livre de adoecer.

- Obrigado pela ajuda. Acho que o tempo está em crise.
  
- Sem crises não há metamorfoses.

- Você é uma encantadora de borboletas?

- E você um provocador de tempestades?

Nós dois sorrimos timidamente. Era como se tivéssemos nos reconhecido.

- Brincadeira... Eu sei que você é o menino-gente adorado por todos na cidade dos sonhos.

- Mas parece que nessa dimensão dos sonhos as coisas são diferentes.

- Há diferença em toda parte, basta olhar as borboletas. Nenhuma é igual a outra.

Comecei a andar pelo casulo observando as diferentes texturas das borboletas. Nunca antes as havia visto tão de perto. Estendi meu braço e toquei a asa de uma delas. Uma sensação aveludada que causava dormência na ponta dos dedos.

- Por que elas te respeitam?

- Porque as respeito. Esse é o segredo para qualquer aproximação e permanência de boas companhias... Inclusive das borboletas.

- Eu nunca pensei que homens e borboletas conseguissem se aproximar...

- Tudo dependerá do seu dom de cativar... Da capacidade de metamorfosear o olhar. Eu Compreendo o quanto é difícil acreditar em transformações profundas, mas elas existem e eu sou prova disso.

- Eu sempre ouvi falar que as borboletas são mensageiras... Por vezes tentava conversar com elas, mas  nunca falavam comigo. Como você consegue?

- Herdei do invisível o dom de  encantar... Acho que por ter sido a única borboleta que passou por mais de uma transformação, superou a morte e permaneceu leve. O ciclo natural transforma lagartas em borboletas e só. Comigo foi diferente: fui lagarta, depois borboleta e agora me transfigurei em mulher.

- E a qual o segredo para que as coisas durem, se transformem sem precisar morrer?

- A "resiliência"... Sabe o que é isso?

- O nome é bonito... Porém, um menino-gente como eu  sabe mais "sentir" do que "significar...

- É a capacidade da natureza que alguns seres conseguiram prender dentro de si... A capacidade de se reconstruir sempre, independentemente das tempestades

- É disso que eu preciso. Eu não sei o que aconteceu, mas de alguma forma eu as atraí...

- O ciume que foi implantado pelo escorpião está circulando dentro de você, ficando cada vez mais poderoso. É preciso se livrar dele.

- Como faço isso?

- Retorne ao desapego.

- Retornar? Um dia eu o estive lá?

- Sim. Quando era ainda menor do que é agora... Hoje você está querendo a substância das coisas e não mais a essência delas. Lembra quando você brincava com barcos de papel?

- Lembro sim. Eu sempre adorei navegar em mares impossíveis.

- E foi isso que te abriu as portas para a dimensão do sonho. Quando você brincava, não era o barco que você queria... Naquele tempo não importava do que ele era feito. Queria simplesmente navegar... Essa é a essência. Entendeu?

- Acho que compreendi... Preciso entender que o corpo é como um barco de papel, ele se dissolverá na água. Mas tudo o que o barco possibilita, isso sim é inatingível.

- Isso. Existem muitos barcos, cada um de um tipo, uma forma... Alguns mais belos, outros menos interessantes. Você pode até navegar em todos eles, mas barcos capazes de conduzir você a lugares especiais, esses são construídos com materiais únicos e raros na natureza.

- Será que eu tenho algum medo que ainda não conheço...

- O medo é dentre as árvores, a única sem raízes. O ciúme que agora circula dentro de você é o medo da perda... Do fim... Da morte de algo bom pelas mãos de outros. É inevitável que a morte chegue, mas o fim não. Escute, meu menino: a maior parte das borboletas vivem duas semanas, algumas espécies dois dias apenas. Por isso, as borboletas vivem intensamente... O tempo é muito curto para elas.

- Isso significa que as borboletas vão preferir sempre bater as asas freneticamente? Quererão compensar o tempo que foram lagartas e que ficaram no casulo? Nunca vão achar importante pousar?

- Claro que pousarão, inevitavelmente. As borboletas precisam das flores, e quando elas encontram uma flor especial, com um néctar irresistível elas permanecem um tempo ali...

- Mas logo irão embora...

- Sim, irão. Mas sentirão saudade e voltarão.

- Talvez não dê tempo de voltarem...

- Por isso que é preciso metamorfosear com sonhos a vida... O ideal é que as flores virem borboletas para que possam voar juntas.

Falou-me isso com o sorriso desprovido de barreiras... Eu também sorri. Por um momento esqueci tudo o que passei.

- Por que as lagartas precisam se esconder para mudar?

- As mais belas transformações acontecem longe dos olhos. É como nos seres humanos, elas precisam acontecer dentro. Todo coração é um casulo... Todo ventre de mãe também. É lá onde a gente entra novamente para encontrar o silêncio original e depois sair para outra vida dentro da vida.

Enquanto ela falava aquilo, as lembranças da sua mãe que estavam tatuadas nos poros, ganhavam movimento. Era como  se eu assistisse a um filme projetado em seu corpo alvo e grande.

-Sei que sou pequeno, mas ao contrário das outras pessoas, sinto vontade de ser ainda mais pequeno do que sou... Não menor, entende? Pequeno...

-Perfeitamente, meu menino com olhos de poema. Somente as criaturas mais sábias e puras desejam permanecer pequenas. Assim, é possível conservar sonhos grandes para sempre.-Disse falando com os olhos cheios de compreensão.

-Sei que estou crescendo... E o tempo passa rápido demais. Preciso construir a minha morada nos sonhos para permanecer aqui. Mas ainda não tenho todas as pedras que são necessárias para uma casa segura. Carrego comigo apenas duas: a "Ágatha" e o "Coração de Paloma". Receio que não consiga reuni-las a tempo. Você não poderia me prender num casulo até que toda essa transformação pela qual estou passando acabe? Como quando eu me escondia debaixo da cama esperando o pior passar?

- Infelizmente o seu percurso não é igual ao das borboletas. As lagartas entram no casulo para ganharem asas... Você possui asas, precisa aprender a usá-las.

- E onde estão essas asas que não batem?

- Quando souber transportar a liberdade do seu coração para fora e conduzi-la para as suas ações, elas baterão. Não esqueça: a liberdade é a única sentença humana de fato.

- É por isso que as borboletas pousam em seu ombro o tempo inteiro... Sentem o aroma de liberdade que você exala. Eu posso senti-lo também. Ele me traz uma sensação de conforto, como o abraço de um amigo... Mais que isso... Como o abraço de uma mãe.

- Não tenho dúvidas que encontrará o que precisa. Agora vá! As minhas amigas te levarão a outra praia. Lá estará temporariamente longe das tempestades. Mas leve isso contigo! Essa é a "Pedra Borboleta|" a pedra da liberdade.

-Eu pensei que pedras e borboletas fossem opostas...

-Dissociadas sim... Mas juntas são complementares. São a terra e o ar, o chão e o céu, o peso e a leveza... Portanto, são o equilíbrio necessário para tudo. E qualquer lar precisa desse equilíbrio. Se todas as moradas fossem feitas dessa forma, nunca mudaríamos de lugar e mudaríamos de lugar o tempo todo. Quem disse que uma casa deve ser imóvel? Até as paredes precisam de liberdade. E no tempo certo saberá: "o que te prende ao chão é o que pode te fazer voar".


-Posso fazer uma última pergunta?

-Não aprisione suas vontades, apenas pergunte.

- O que acontece se pegarmos uma corda e em uma das extremidade prendermos uma borboleta e na outra uma pedra?

-Certamente a borboleta morrerá e a culpa não será da pedra. Talvez, ela até queira ajudar, mas não conseguirá... A natureza de toda pedra é ser pesada. Agora eu que pergunto a você... Quem estará sendo aprisionado, a borboleta ou a pedra?

- Nem a borboleta, muito menos na pedra... A prisão será de quem amarrou os dois.

Não compreendia o olhar destinou a mim nesse momento... Mas a ternura lembrava o da minha mãe quando sentia orgulho de mim.

- É por isso que você está no mundo dos sonhos... E não a toa é o predestinado...

- Predestinado? Como assim?

-Não posso falar mais... No tempo certo, o destino que sempre cavalga em liberdade, te contará. Vou apenas te contar mais uma coisa: Nos lugares muito frios, onde é difícil enfrentar a fúria do tempo, existe uma espécie de lagarta que vive congelada no inverno. É somente na primavera  que anda o pouco que consegue para  se alimentar e crescer... Como as lagartas são muito lentas, o inverno torna a congelá-las antes que consigam retornar ao seu lugar de partida. Assim seguem por anos... Para se tornarem adultas e cumprirem o ciclo das suas existências, podem levar até 14 anos. A maior parte das lagartas passam apenas alguns meses para ficarem adultas. Quero que isso sirva para pensar sobre o tempo das coisas e sobre a dificuldade delas... Tudo tem um tempo e seu grau de esforços. Assim como as lagartas e borboletas, você terá o seu, e precisará enfrentar duras provações. Adeus, menino gente!

Não sei porque aquela despedida me fez chorar... Eu sentia como se uma grande amiga se fosse. Era como seu eu sentisse saudades antecipadas. Percebia que novos sentimentos estavam gradativamente aflorando, sinal de que precisava correr... Eu estava mesmo crescendo.

-Não chore... Quando uma borboleta pousar do teu ombro, serei eu chegando para te trazer aconchego. E lembre-se de uma coisa: o desapego é como a borboleta presa na pedra... Corte a corda!

Enquanto ela falava isso, o casulo se desfez e as borboletas voltaram novamente a voar. O tempo estava totalmente aberto, como quando a gente desabafa coisas que estavam presas na garganta e tudo fica mais tranquilo. Um panapaná me levava para longe da Encantadora de Borboletas... Eu estava sendo escoltado para um lugar novo, distante das tempestades causadas pelos sentimentos  pesados que o escorpião deixou dentro de mm.

Felizmente havia encontrado na encantadora de borboletas o caminho... O cheiro de liberdade dela ficou impregnado em todo o meu ser. E como todo bom aroma, retornará à memória em um tempo futuro, trazendo as sensações desse encontro bom. Como a sensação que possuem velhos conhecidos que se amam mesmo à distância... Não tenho dúvidas que as lembranças regressarão e na memória eu terei novamente as coisas que aprendi com a encantadora e com as borboletas... Estranhamente já me sinto mais leve... Inexplicavelmente já me sinto mais livre.

Assim que esse pensamento se concluiu, uma pequena borboleta azul pousou no meu ombro, e eu sorri.

Dedico a minha amiga mais que especial, Célia Tavares. A você minha ENCANTADORA DE BORBOLETAS... Não por acaso elas te procuram, elas te reconhecem. 
Você agora ingressa efetivamente no meu universo particular. A Cidade dos Sonhos agora é seu lar também. Amo você!

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terça-feira, 2 de julho de 2013

ENQUANTO DORME

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Eu fotografo o teu corpo enquanto dorme
Cada pedaço tento capturar
Contorno com minhas mãos
As nuances de uma pele que me fala muito aos sentidos
E sutilmente beijo tuas costas
E o cheiro bom de uma essência particular
Aninha-se próximo ao nariz
Onde posso revisitá-la a todo instante
Num cacuete que conhece bem
Tudo em você se amplia com as lentes da minha paixão...
O desejo faz contrair os meus dedos
Na repreensão de um impulso maior
Não quero que acorde
Quero te ver assim
Dormindo, entregue...
Os pêlos que adornam toda a sua extersão
Emolduram um território que aprendi a explorar com volúpia
Querendo cada vez mais todos os dias
Insaciavelmente, incansávelmente...
Cada parte que fotografo... Revela a cada vez...
A beleza de um amor-apaixonado
Que se reforça quando te vejo adormecer
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O IMPOSSÍVEL

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O que nos faz amar algumas pessoas
De forma às vezes desatinada
É o impossível que existe em cada uma delas
Essa película inacessível que as tornam incompletas
Impermeáveis aos nossos desejos idealizados
E na busca por acessar essa pele imperfeita... 
Nasce a inquietude, as indagações, as necessidades
Os sentimentos que convergem para a superação dos nossos limites
É na sublimação dos desenganos...
Que os olhos enxergam o além, o inexplicável...

E vamos assim aprendendo a amar
Porque o impossível é amante do mistério
E nós só amamos o que nunca poderemos alcançar
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LEITURA

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Não quero a formalidade na minha escrita
Pois me interessa muito mais a leitura
Quero sim fazer uso de uma licença poética
Pois o pensamento precisa de liberdade
Deixemos os caminhos certos da palavra para os burocráticos
Eu prefiro fazer o meu próprio sentido
A trafegar por normas e regras
Estou com Bandeira: abaixo os puristas!
Que a leitura seja sempre maior que qualquer escrita
E o que chega tenha sempre mais valor do que aquilo que sai

 
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