quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

PAPEL

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Papel, sou eu assim branco e vazio a esperar tua mão
Tocando o silêncio dessa solidão
Que precisa de poesia para libertar...

E o céu, é tão pequeno em sua imensidão
Para caber toda ausência que meu coração
Não passa um só dia sem desaguar...

Eu sei, que tudo um dia vai desaparecer
Que as coisas quando nascem tendem a morrer
E apenas um poema pode eternizar...

Eu vou voar com suas asas sem me fatigar
Sem nunca encontrar um ninho para descansar
Sou realidade branca para preencher

Não vou temer nenhuma dor que me aparecer
Aquilo que é vazio vai me preencher
Dessas palavras que nunca vão me abandonar...

Então, ponho asas nessa poesia que me escolheu.
E sigo esse caminho que não é só meu
Quem tem o verso como sina nunca vai pousar...

Eu sou papel querendo mais compreensão
Espaço para partilhar coisas que a razão
Enlouqueceu tentando entender...

Papel, sou assim roto e borrado a vagar no ar...
Procurando a singeleza de um honesto olhar
A terra de um coração igual adormecer...
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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

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Aprendi a levar nas costas as minhas necessidades

Eu não sei mais como é uma vida sem peso

Sou um retirante que em meio ao caos urbano

Desenvolveu a habilidade dos que não aceitam errar

Saio todo dia como se fosse possível nunca mais voltar

Sei que isso um dia será uma realidade…

Mas nesse dia não quero estar desprevenido

Quero ter nessa mala que transporto o que eu precisar…

Dizem que um dia sentirei a consequecia de carregar tudo comigo

Mas não sabem os que vivem sem pesar

Que aquele que carrega o mundo nas costas

Cria corpo forte para suportar tudo

(EWERTTON NUNES)
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Folha em vento forte

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Era pela tarde quando a natureza me agrediu com delicadeza
Tocou o meu corpo, na altura do peito, sem intenção...
Nunca pensei que uma folha em vento forte pudesse causar dor, por menor que ela seja...
Percebi com esse acaso que toda beleza pode ser agressiva
O que serve para causar êxtase, quando levada por forças mais intensas... Consegue ferir
É de uma surpresa mística o golpe da natureza
Mas é bom que nos chegue assim
Serve para que não subestimemos a suavidade do que parece sempre bom e frágil
Tudo possui o seu lado hostil, mesmo uma folha que cai de árvore
Eu penso que, algumas vezes, sou como essas heranças do outono
Desprendo-me dos galhos que me suspendem para surpreender alguém
Às vezes é bom que nos conduza o vento...
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