terça-feira, 7 de abril de 2020

Como cães em frente ao ESPELHO

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O que você vê em mim é espelho
E não adianta lançar sobre mim os seus olhos vermelho de acusação
As pedras que carrega nas mãos
Pode guardar no baú de sua hipocrisia
Não adianta fingir que tem alma fria
Pois, sei do calor infernal onde queimam seus pensamentos
Não jogue seus gritos ao vento
Eles retornarão para levar o véu da sua falsa moral
O que faz longe dos olhos alheios
Tem mais peso que as aparências
No fundo temos a consciência
De que nada do que fazemos por nossos desejos é ilegal
Tudo é apenas humano
Mesmo o que está debaixo do pano
Se pensa que não sei as verdades
Eu te digo: "ledo engano"
Você me vê a partir da sua imagem
Não vai admitir
São sempre incômodas as verdades
Como são devastadoras as mentiras
E quem nunca mentiu?
Quem nunca preferiu negar?
Não precisa balançar a cabeça
Pode ser que um dia você simplesmente nos esqueça
Você precisa alimentar a sua vaidade
Dar vazão à sua carnal necessidade
O que nos falta nessa relação é sinceridade
Para admitir o real problema dos nossos conflitos
A sua desconfiança é apenas um alerta
De que existem muitas questões encobertas
Falemos com maturidade sobre esses estranhamentos
Somos dois homens em lados opostos do espelho
Como cães ladrando ao ver o próprio reflexo
Nada deveria nos deixar perplexos
Se tudo o que habita em você
Um dia já morou...
Ou vai morar em mim!



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