sexta-feira, 24 de setembro de 2010

REINVENTANDO-ME

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Estou procurando uma forma de me reinventar
Até agora tudo o que eu construi para mim não serve para as necessidades do mundo
Dizem que o que importa são as minhas necessidades
Mas na prática o mundo é que nos rege
Então... Pára tudo!
A partir deste momento eu começo um processo de troca de pele
Já que mexer na alma demanda outros caminhos mais profundos
Que precisariam de muitas vidas para alcançar
A que me foi dada hoje tem pressa
E essa incompatibilidade com o entorno de mim cria uma urgência que preciso atender
Começo a reformular tudo o que pode parecer uma virtude para o céu
Serei mais um filho de Sodoma e Gomorra
Paro agora de correr no sentido contrário da multidão
E transfiguro-me como uma imagem que não mais incomoda os olhos
Mas é exatamente aquilo que a humanidade se acostumou a ter
Serei agora da superfície
A minha memória tem curta capacidade
E não armazenará nada além de momentos que logo serão substituídos pelo seguinte
Ouço agora o conselho dado por Bandeira e paro de querer comunicação com almas
O único diálogo que estabelecerei será com os corpos
E esses serão curtos, precisos, triviais
A profundidade será um segredo meu com o universo
Serei como todos os outros... Que buscam o nada e sempre em uma direção nova
Para não correr o risco de encontrar outra procura
O meu corpo hoje eu adapto à cobiça...
Serei mais um parceiro inseparável da luxúria
E que se fodam os contos de fada!
Quero dar trabalho ao entendimento de mim
Dissimular é algo que vai demandar muito ensaio
Mas desta vez o teatro vai invadir a vida
E eu serei apenas aquilo que for casual...
Descobri que para cativar, basta tão somente, não querer cativar
Bondade é uma coisa extinta...
Um passado que deve ficar trancado com a minha herança cristã
Afinal, aqui de nada me serve o paraíso
Aos poucos vou ficando pior para mim
E melhor para o mundo
Consequentemente posso chegar a uma "satisfação" terrena
Quando eu penso que ser melhor me impediu grandes conquistas
Eu me arrependo de ter perdido tanto tempo sem acreditar nessa reinvenção
Quero ser um outro para o mundo externo não por amargura, mas por constatação
O mundo só deseja aquilo que causa dor
Que sacaneia e que abandona...
Tudo o que não quer ser, e o que não oferece nada...
Cafajestei! Chegou a minha vez de sacanear com o mundo
Tudo bem... Existirão aqueles que se livrarão dessa minha nova fase
Mas até que me mostrem que são iguais aos demais pobres de espirito
Que desejam o pouco da vida e das relações...
Cheguei até aqui numa construção de mim equivocada
Mas todo trem desgovernado um hora sai do trilho
E como nunca conseguiria realmente apertar um gatilho
Começo um jornada para me reinventar
Transferindo para os outros a culpa de tudo
Um dia fiz aflorar a sensibilidade
Mas agora preciso substituir tudo pela maldade
Esta que serve ao mundo e que é a única que os homens buscam
Neste caminho incompreensível rumo à essa coisa que eles chamam de FELICIDADE

2 comentários:

  1. Texto muito bem construído como sempre. Parabéns!
    Agora, em relação ao conteúdo, se isso for realmente uma forma de manisfesto, ou algo do tipo, sei lá, uma promessa pra sua vida...Boa Sorte! Se acha que desistir de seus ideais só porque o mundo é cheio de gente hipócrita que só sabe ferrar com a vida dos outros, é o caminho que você deve seguir se igualando a elas em busca de uma felicidade fictícia, então se jogue.

    Abraço forte.
    Claudio Pereira.

    ResponderExcluir
  2. Afinal, vivemos para nós? Esse é o grande dilema... rs Estou tentando forjar uma forma de ser compatível com a realidade.

    ResponderExcluir

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