segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

PERFIL

| |



Só reconhece a vaidade
Que dela sempre se alimentou
Repugnas em mim
O que sempre venerou em ti
Sempre esteve em busca da sua melhor imagem
Talvez não tenha tido a mesma oportunidade de expor que eu tenho
Vasculhas os teus retratos e observa se o teu incômodo não é familiar
Sempre usou a tua imagem para atrair o desejo
Desculpa mas não me condenes também por aquilo que vejo
A diferença é que eu nunca vou te julgar.
O segredo também é uma forma pretensiosa de exposição
Talvez a que requeira mais desprezo
Por não ter coragem para ser de verdade o que se é...
Por nunca mostrar ao mundo a sua verdadeira condição.
Queres traçar o meu perfil a partir do seu
E te antecipo, não vai conseguir
As minhas necessidades transitam bem longe do universo da carne
Esse que a você é tão familiar.
Há em mim uma leitura que ultrapassa o seu registro
Se procurar nos escritos do teu corpo e da tua pele
A referência para me entender
Não ira encontrar...
Você não é adepto da diferença, não lida muito bem o que não depende de conexão
Então se tens a pretensão de traçar alguma idéia sobre mim
Traça na sua cabeça, pois o erro nunca te causará vergonha
Talvez se tentares me ler debaio d`àgua
O embaçar da visão desembace a sua percepção equivocada sobre mim
Quem sabe assim o que antes parecia nítido
Seja ajustado pelo desfoque do olhar.
Não... Eu não sou igual aos pratos que já comeu
E se me deixei comer foi por te achar merecedor
Só me saboreia quem é exceção... Ao menos eu penso ser
Caso contrário eu devoro e logo faço a digestão
Nem estou dizendo que seja melhor
Mas qualquer um que tenha provado
Foi preparado a partir de receitas encontradas em qualquer manual “xinfrim”
Não venha tentar preparar a mim
Que eu me preparo sem regra alguma nas mãos
Eu sou preparado com o que se tem
E muitas vezes com o que se sobra
Você pode até identificar os ingredientes do meu preparo
Mas nunca saberá ao certo a quantidade que me criou
Sou para paladares refinados, apesar da pouca sofisticação
Se queres uma fórmula para entender do que sou feito
Vai procurar nas canções antigas
Ou num livro que nunca leria
Não queira me procurar em tuas prateleiras banais
No amontoado de registros comuns
Que sempre seguiram receitas triviais!

0 comentários:

Ir arriba

Postar um comentário

Contador de visitas

Seguir

Inscreva-se

Coloque seu email aqui e receba as postagens desse blog:

Você vai receber um e-mail de confirmação

Nº de visitas

Contador de visitas
 
 

Diseñado por: Compartidísimo
Con imágenes de: Scrappingmar©

 
Ir Arriba