Se te congestiono
É por ainda não saber como me conduzir
Sou tomado por razões criadas pela minha vaidade
Regido por insanidades
Eu crio as minhas novas verdades
E as velhas eu jogo em qualquer lugar
E de tanto abandonar uma hora me perco
Estagnando o trânsito tranquilo do nosso sentimento maior
Fico parado num sinal vermelho de sangue
Que escorre vagarosamente dos olhos
Pra não me deixar enxergar nada mais
Querendo ver abrir o tempo desse amor que não corresponde a um tempo real
O tempo do amor é outro
De desgastes que não nos levam muito à frente
Como numa viagem suspensa pela escolha errada de direção
Tudo que anda em velocidade
Uma hora acaba em um acidente
Onde a vítima pode ser um de nós dois
Alguém pode se ferir nessa desenfreada adrenalina de afetos
E toda violência quando não mata, esvazia...
E a gente vai desaprendendo como encher
Até que nada mais caiba dentro ou não pareça caber...
Nunca se está sozinho num congestionamento
Nada se interrompe isoladamente
Aos poucos vou aprendendo a dirigir por esse caminho
De toda sorte posso ao menos aprender a lidar melhor com a interrupção da paz
Vou escolhendo as melhores avenidas em mim
E respeitando os limites de velocidade das minhas emoções
Logo vou deixando na estrada qualquer descuido que possa nos acidentar.
NA VERDADE NÓS OS POETAS É QUEM MAIS ERRAMOS POR PENSAR QUE SABEMOS DEMAIS SOBRE AS COISAS DO CORAÇÃO.
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