domingo, 6 de março de 2011

MAR ESCRITOR DE AREIA

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Mar escritor de areias
Que traça linhas ilegíveis aos que não sabem interpretar a sua língua
Deixas à tua borda os teus versos para que nos deslumbremos
Apenas com o que sentimos e nunca com o que entenderemos
Escultor de pedras
Tu que esculpes beleza nas rochas mais improváveis
E as conduz pelos séculos como se nunca houvesse peso
E carrega tudo com a soberania de quem nasceu para nunca se deixar levar
Mar que tudo traz e nada deixa sem tocar
Manuseias as estrelas criando o seu céu particular
Domas a vida que nos amedronta encontrar
Protege com o seu temor a liberdade dos verdadeiros donos deste lugar
Pintor de corais
Das cores inimitáveis o criador, dos sons o domador, do mistério o senhor
O mais sábio de todos os artistas
Sei que ensinou a sua técnica ao céu
É visível a sua influência sublime nas telas que ele cria
Precisas nos ensinar como peregrinar sem sair do lugar
Revelar-nos o segredo das marés
Como fazer de qualquer coisa obra de arte
Mostra-nos como sempre encher os olhos sem fatigar
Ajuda-nos a entender o que dizes com o teu movimento
Permite-nos enxergar o que vem no vento que sopras em nossos frágeis espíritos
Alfabetiza-nos, ao menos, para que não tenhamos a infelicidade
De morrer sem nunca ter entendido plenamente a poesia
Que há em tudo que está sob o seu domínio.

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