terça-feira, 4 de janeiro de 2011

SURPRESA

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Quando a surpresa me precipita ao desconforto
O silêncio me seqüestra para dentro dele
As palavras esqueço, as vontades inexistem
Exceto a que me grita para fugir
Não há nada pior do que o desequilíbrio
Sou como uma flor embrutecida
Que quando se abre sem maldade
Fecha-se rapidamente com o inesperado
Uma rosa sentindo na pele a dor dos espinhos
Defesas são ataques que muitas vezes nos arrebatam
Transfiguro a claridade em noite quando sinto ameaças
Não desejo amores que sejam sombras
Talvez por isso mesmo percorra a casa no escuro
Prefiro as sensações que não precisam da iluminação
Ter amor é tão cruel quando não tê-lo
Ambos nos causam um desmantelo na alma
Um por excesso de necessidades que não calam
O outro pela sensação apressada e desmedida de solidão
Há muita fragilidade nos extremos desse sentimento
Por isso mesmo escrevo os resquícios de uma discussão de relacionamento
Que chega sempre de surpresa para me fragilizar
É dolorido sentir-se desabrochar sem medo
E sentir cravadas no peito as palavras ditas pela pessoa amada
Não há pior facada a perfurar a nossa frágil emoção
Vivo de energias, a sincronizar as mais leves fantasias
Que parecem no mais suave golpe desmoronar
Ainda bem que da mesma forma que desmonta
O amor sabe se reestruturar
As mesmas palavras que matam são as mesmas que podem nos ressucitar.

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