quinta-feira, 12 de maio de 2011

O POUCO DE TUDO

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Tenho dois olhos que não dão conta das tantas visões



São tantas as percepções fora que projeto para dentro



E por dentro o que só encontra eco fora de mim



Precisaria de muitos outros olhos para focar



O que em movimento corre apressadamente diante do retina



A íris se espreme no meio dessa rodovia insaciável de fluxo



Que há nas paralelas do meu olhar



Esquilibrando-se numa linha tênue de segurança



Dividindo as vias que de uma lado vão para o exterior



E outra para o interior das minhas sensações mais estranhas



Há muito estranhamento em tudo o que vejo, em tudo o que penso...



E o que sinto por si já é a estranheza "mater" do cotidiano



Se os olhos são essa tal janela que abertos dão acesso à alma



Precisaria eu então de outras almas



Algumas mais para deixar entrar com dignidade o ar e a luz de tudo o que me sopra



Tenho jogado muita coisa fora por falta de espaço



Muitas reflexões são rebatidas...



Às vezes dou com a janela na cara de tantas coisas que me chegam com generosidade



Despretensiosas verdades que só queriam um pequeno desvio de olhar livre dos julgamentos



O nosso destino, enfim, é a conformidade com o pouco que se pode desejar de tudo



Poucos olhos... Pouca alma... Um pouco de tempo e se acaba o pouco de tudo que nos torna muito do nada.






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