Quem foi que disse que a alma não tem limite?
Onde ficou instituído que o corpo é o único fadado ao fracasso?
Somos um complexo de pequenas capacidades
A nossa alma só consegue ir um pouco além das possibilidades do corpo
Esse pouco parece uma dimensão infinita, apenas uma aparência enganadora
Tão finitos são corpo e alma quanto o tempo da beleza de uma flor
Muitos apertam gatilhos contra a consciência achando que podem impor o fim ao corpo
Querendo encontrar o conforto que a alma inspira
Mas a verdade é que a alma dura somente um pouco mais a morrer... Mas morre
Morre porque o invisível está estigmatizado pelo questionamento, pela dúvida, pelo esquecimento
A escrita talvez seja a única possibilidade de prender o invisível
Sendo ela transbordamento do corpo que a alma guia
E depois que o limite nos apresenta o fim... Ela segue sem sofrimento independente de nós
Sem sofrimento? Não posso garantir
Ao menos ela segue...
Encontrando os seus próprios rumos
Como um abandonado filho, sem pai ou mãe...
Que aprende sozinho o caminho para existir
Nesses tempos onde a alma morre tão cedo
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