sexta-feira, 6 de maio de 2011

"DESAPRESENTA-ME..."

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Cuidado...
Eu não peço nada além de cuidado...

Um cuidado quase que santificado, de altar mesmo

Há algo no amor que precisa ser Deus

Uma invenção do invisível que emprestamos para buscar a felicidade por aqui

Temos que construir a dois os mesmos temores do pecado

Única forma de se abrirem as portas do paraíso

É preciso que um certo abandono exista para que os mais gratificantes encontros venham a acontecer

Somente com cuidado se alcança a paz

Tenho carregado no centro do peito uma pedra branca

A que batizei de "Coração de Paloma"

Ungi nas águas do mar para que seja forte a vida toda

Uma forma de aproximar a PAZ do lugar onde ela deveria habitar infinitamente

E sacralizar , assim, a minha devoção a outro que não seja eu

Lembrando sempre que cuidar é ter a paz sempre ao alcance do coração

Por isso "desapresenta-se" um mundo profano

Que de nada serve às minhas mais beatas intenções de vida


Ao meu projeto de partilha para uma além possível


Não quero desembrulhar nenhum presente que não sirva às minhas mais íntimas necessidades

Ainda que eu pareça distante da culpa para os meus atos também humanos

Estou o tempo todo em prece para tirá-los de mim

Assim como quem confessa os seus erros

Quem busca a remissão, eu suplico cuidado

Com a mesma fé e verdade com a qual peço perdão

Desapresenta-me, então, os teus vícios passados

Que eu te santifico ainda mais como único senhor da minha maior salvação.

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