
O meu coração escondi numa mala
Clandestino ele parte para o estrangeiro
Partidas são sempre escuras, mesmo quando sabemos que não são para sempre
Deixando sem identidade esse espaço que fica aqui no centro do meu corpo
Sinto antecipadamente a ausência de dias ainda não vividos
Vívidas apenas as lembranças que acaricio com meu silêncio
Em meio ao tumulto das viagens, há felicidade, pois sinto que o meu coração vai leve
Torna-se na bagagem um necessário aconchego para dias de frio
E eu também me sinto aconchegado pelas mãos de um amor renovado
Enquanto o tempo fica suspenso em saudades
Vou pegar parte dos meus pensamentos e ocupar esse íntimo vazio que fica
Um vazio bom com sensação de vento em casa arejada
Aproveito para escrever poemas de regresso
E mostrar que o meu coração permacerá com o mesma sensação de vida
Ainda que ele esteja longe de mim
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