sábado, 22 de outubro de 2011

CORAÇÃO ESTRANGEIRO

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O meu coração escondi numa mala


Clandestino ele parte para o estrangeiro

Partidas são sempre escuras, mesmo quando sabemos que não são para sempre


Deixando sem identidade esse espaço que fica aqui no centro do meu corpo


Sinto antecipadamente a ausência de dias ainda não vividos

Vívidas apenas as lembranças que acaricio com meu silêncio

Em meio ao tumulto das viagens, há felicidade, pois sinto que o meu coração vai leve

Torna-se na bagagem um necessário aconchego para dias de frio

E eu também me sinto aconchegado pelas mãos de um amor renovado

Enquanto o tempo fica suspenso em saudades

Vou pegar parte dos meus pensamentos e ocupar esse íntimo vazio que fica

Um vazio bom com sensação de vento em casa arejada

Aproveito para escrever poemas de regresso

E mostrar que o meu coração permacerá com o mesma sensação de vida

Ainda que ele esteja longe de mim

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