quarta-feira, 27 de abril de 2011

TERMÔMETRO DA MINHA ALMA

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Muitas vezes eu me pergunto de que serve a bondade
Por isso eu não condeno ninguém por insanidades
Eu sei que do meu jeito também já cometi muitas atrocidades
Cada um tem o seu jeito de lidar com os seus limites
Uns invadem escolas atirando no mal que os seus olhos detectam
Outros apenas atiram palavras no mais profundo da pele de alguém
Eu ainda não tive coragem de fazer nenhuma coisa nem outra
Mas entendo que isso não me torna menos cruel do que nenhum suicida
Muitas vezes gostaria de extrair de mim a sensibilidade resgatada
Sinto que fiz tanto sacrifício para tê-la comigo novamente
Uma tentativa vã... Como ter reposto um órgão que não serve pra nada
Sei que as minha poesia é o termômetro da minha alma
Mede o quanto de vida ainda existe em mim
O que queima em febre com o calor do mal
E o que gela no mais intenso frescor do que é bom
E quando estou áspero como uma mão calejada
É porque a vida teve uma parada
Suspendendo a circulação dos meus desejos
Das minhas mais sinceras batalhas pelo melhor de mim
E somente golpes contra o espelho podem me reanimar
Somente um mergulho para a transparência do que sinto verdadeiramente
Pode me ajudar a não destruir todos os castelos que ainda são significantes para mim
É tão ruim sentar-se defronte a sua imagem e constatar que o que se vê é tão frágil
Perceber que todo o esforço que se faz contra a nossa natureza é solitário
Ninguém entende a importância do flagelo para a libertação
O sacrifício daquilo que nos impede de ir além
A violência como uma possibilidade de prosperidade também
Ninguém enxerga nada pelos olhos dos outros
Mas eu ainda insisto em ter olhos e um espírito generoso
Onde me levará a minha bondade?
A adaptação me colocará cada vez mais consciente de uma batalha isolada
Eu sempre me adequo ao mundo e nenhuma simples tentativa de fazer diferente vem me presentear
Eu abraço as necessidades dos outros como minhas, deixando as que me ardem engavetadas
E nem o amor parece generoso com o que em mim é vontade
Mas como disse, cada um tem a sua forma de tocar o limite
Uns colocam nas mãos armas
Outros bombas pelo corpo
Aos que apenas jogam fora tudo
Eu preciso atirar palavras e engolir silêncio
Uma forma de me sentir igual a todo mundo



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