
Eu começo este poema filtrando tudoUma enxurrada de sensações engolidasEstá tudo descendo misturado aqui dentroTudo o que eu queria dizerLiquidificado com uma certa dor, decepção, arrependimento, amor, compreensão, incompreensão, ira, paixão, tristeza...Passando por um processo lento de purificaçãoNão quero ferir mais ninguém com os estilhaços desta noiteQue se foi ao chão por inteiroFicando apenas pequenos pedaços de uma série de sentidosBasta a ferida que se abre no meu peito toda vez que o egoísmo é lançado na minha frágil vidraça de crençasE as marcas avermelhadas de uma carícia dada com força na faceJá aconteceram agressões demais à minha carcaça esperançosa de boas surpresasTenho que deixar...