sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ALMA DE PAPEL

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Eu fui me abandonando e me fazendo barco

Um menino brincando com a sua alma de papel

A construção de nós é muito difícil

Ela é feita a partir de tantas coisas que devemos assumir

Muitas partes do que somos é de difícil dobradura

Ver que sou um barco construído com inúmeras falhas


Fez-me pensar se ofereço uma navegação segura...

Fazer escolhas tendo como carrasco o tempo

É constatar que por mais que O MAR seja imenso

A MAR é pequeno demais...

Poucas seriam as pessoas a quem salvaríamos

Quem realmente resgataríamos?

A pior decisão sempre independe de nós

O tempo virou... A ideia de retorno abalou a estrutura da minha embarcação

Eu não queria regressar de onde parti

Quando essa foi a única solução oferecida

Entendi que o egoísmo que vem em mim

Na verdade é o otimismo que rege o meu olhar

A confiança de que sei o melhor caminho para chegar seguro

Mas eu não posso querer que outros embarquem na minha viagem


Cada barco deve navegar sozinho


Com suas marcas, suas construções...


Eu retornei, já que não fui sozinho


Voltei pelas pessoas que acreditaram na minha habilidade de flutuar apesar das tormentas

Excessões que por vezes sobem em mim e me deixam conduzí-las


Nossos sentimentos se fizeram vento forte e nos trouxe novamente à margem


À margem da vida... Onde pude ver os danos dessa partida

O meu barco não se desfez completamente nesse mar que nos sacode de uma lado para outro


Esse mar revôlto que é a existência...


Pedaços ficam nas águas todos os dias


Enquanto não me dissolvo por completo vou tecendo outras possibilidades


Para que eu possa ser uma coisa nova a todo instante

Modelar o meu íntimo a tudo o que os meus pensamentos desejarem

Não há fúria natural que nos destrua quando ficamos fortalecidos por dentro

Agora mesmo pego o que ainda resta da minha alma de papel e faço uma coroa

Coloco na cabeça e penso que sou um REI!

Sou um re/I/nventado... re/IN/ventando sonhos

Que se fazem e se desfazem em minhas mãos o tempo todo.




POEMA FEITO NA AULA DE DIREÇÃO TEATRAL COM A PROFESSORA TÂNIA MARIA/BA.









25 de Novembro de 2010

Um comentário:

  1. Sou um re/I/nventado... re/IN/ventando sonhos

    como pode não ser bom...continue Rei....sempre..rs
    beijos adorei!!! :D

    ResponderExcluir

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