Hoje retorno ao ventre da minha mãe
Onde a vida era líquida
E o silêncio era a própria existência
Hoje retorno ao ventre da minha mãe
Imerso no vazio que preenche
Na ausência que ocupa todos os espaços...
Hoje retorno ao ventre da minha mãe
Para um tempo antes do tempo
Onde eu não era senão memória...
Sem pretensões... Sem excessos
Hoje retorno ao ventre da minha mãe
Em reconexão com o invisível
Com as partes de um todo que se fazia incompleto, porém, perfeito.
Hoje retorno ao ventre de minha mãe
Até o momento de estar pronto para mais uma jornada
Retorno porque sempre chega a hora de voltar ao berço
De ser acalentado pelas coisas que realmente importam
E como é bom regressar...
Deus, como é TRANS FIGURA DOR
Transfigurar as dores que foram inventadas lá fora...
Diluí-las no líquido do ventre materno
Deitado no fundo desse lugar de trocas fundamentais...
Sinto o sublime que acolhe
Que não exclui...
A essência mais pura...
Hoje retorno ao ventre da minha mãe
Porque lá toco a verdadeira ideia de natureza
E reabasteço o meu fôlego de poesia
(Ewertton Nunes)
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