sexta-feira, 15 de março de 2013

VERSOS CORTANTES

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Perdoa-me por te ferir profundamente
Essa é a única arma que tenho para matar o que me faz mal
Outras armas derramariam muito sangue
E a hemorragia que quero é interna
Nos órgãos mais sensíveis e na consciência
Feridas externas cicatrizam
As que sangram por dentro
Ou nos matam de vez, ou nos ensinam a valorizar o melhor
Se te apunhá-lo no peito com as minhas palavras
É por incompreender motivos de partida
Não assimilar escolhas pobres
E a desistência de histórias plenas
Enquanto eu sangrar, nos teus olhos há de espirrar o vermelho
Se a minha paz não chegar
A tua não poderá se antecipar à minha
Continuarei usando as armas que tiver em mãos
Já que não tens humildade para resgastes
Muito menos para salvações
Não desfrutará um dia sequer da minha ausência
Ainda que na memória
Ouvirá o ecoar desses versos agressivos
De palavras cheias de vidro
Preparadas para cortar
O melhor de mim só aguarda um pedido
Um chamado, um reconhecimento...
Um perdão sincero
Mas enquanto você vai brincando de me esquecer em qualquer corpo
Em cada um diferente todos os dias
Explorando o vazio que fica depois da cama
Eu continuo sangrando papéis
A minha dor não pode existir sozinha

Ewertton Nunes

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