Eu não abro mão da chuva no dia em que eu partir
Desde criança o céu me dava indícios de partidas importantes
Como se de alguma forma algo no universo refletisse a perda terrena
Quando a minha última mala for arrumada
E a partida for confirmada no terminal do tempo
Quero que o céu também se compadeça
Mas não quero a chuva para aliviar
Como acontece em dias de calor
Quero a chuva para que dancem embaixo dela
Para que ela componha uma bela fotografia
Na última imagem que ficará na memória dos poucos que me viram partir
Os únicos que me viram de fato ser aquilo que nasci para ser
Eu não abro mão da chuva...
Ainda que não possa mais sentir a sua chegada
Pois a minha pele não mais terá essa sensibilidade
Em algum lugar, de alguma forma...
Vou me alegrar com a sua visita no dia em que eu partir.
Ewertton Nunes
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário